24 de fevereiro de 2011

A Liga dos Cavalheiros Extraordinários II - Volume I e II

Esta nova aventura da Liga começa com Gullivar Jones (Lieutenant Gullivar Jones: His Vacation) e John Carter (A Princess of Mars) em Marte a lutar, com a ajuda dos Sorns (Out of The Silent Planet) contra uns moluscos viscosos ("malditos vermes do espaço" nas palavras de Mr. Hyde). Aquilo que parece ser o fim dos problemas de Marte são apenas o início dos problemas na terra e aqui, mais uma vez, A Liga é chamada para intervir. Inicialmente de mãos atadas, a Liga observa, impotente, a invasão destes seres do espaço cujo o único objectivo é a destruição de Londres. Após traições, luxúria e revelações surpreendentes, e quando tudo parece perdido os invasores são derrotados (tal como na Guerra dos Mundos, de onde são tirados estes invasores e os seus Tripods, a história acaba abruptamente ao estilo Deus Ex Machina). No fim a Liga fica destroçada, acabando o livro em Serpentine Park (futuro Hyde Park em honra a Mr. Hyde) com Quatermain e Miss Murray a despedirem-se. Mal posso esperar pelas próximas aventuras da Liga.

23 de fevereiro de 2011

A Liga dos Cavalheiros Extraordinários - Volume I e II

Alan Moore e Kevin O'Neill têm nesta Liga dos Cavalheiros Extraordinários uma criação fantástica. Partindo da premissa que as personagens dos livros vitorianos (Wilhelmina Murray do Dracula, Sherlock Holmes - na história morto há sete anos - ou Nemo das 20 000 Léguas Submarinas, por exemplo) existiram na realidade, Moore e O'Neill criam as aventuras de um grupo de improváveis heróis, juntos pelos serviços secretos Britânicos, para ajudar a gloriosa Albion, nos mais diversos problemas, todos eles fantásticos. Nesta primeira aventura (a edição portuguesa da Devir encontra-se dividida em 2 volumes) um tal de Campion Bond (avô do James Bond) convida Miss Murray a juntar a equipe. Seguindo no submarino de Nemo até ao Cairo, Miss Murray tenta convencer Quatermain (As Minas de Salomão) a abandonar o seu vício do ópio para, uma vez mais, servir a Inglaterra. As peripécias seguem até França para convidar (ou capturar) Dr Henry Jeckyll (O Estranho Caso de Dr. Jeckill e Mr. Hyde). De volta a Inglaterra a equipe fica completa com Hawley Griffin (O Homem Invisível). A partir daqui a história prossegue de forma vertiginosa até à conclusão, passando sempre por imensas referências literárias do séc. XIX ou principio do séc XX. Um traço fantástico, bem colorido e uma história bem tecida e escrita fazem destes 2 volumes da Devir um must em qualquer colecção de Banda Desenhada que se prese. Aconselho vivamente. PS: O filme é, pura e simplesmente, uma m**** comparado com os livros... Esqueçam!!!

21 de fevereiro de 2011

O Sarcófago

Tenho que admitir: Bilal sempre foi um pouco demais para mim, mas este O Sarcófago é fabuloso. Bilal e Pierre Christin criam uma brochura para apresentar, a ricos investidores, a proposta de tornar Chernobyl no "Museu dos Museus". Genial!!! Com desenhos intercalados com fotografias verdadeiras e os textos criados com citações de pessoas que estiveram no pesadelo (quer quando o acidente se deu quer depois nas operações de limpeza e contenção dos danos) o livro dá uma ideia, de forma jocosa, do horror que foi (é) Chernobyl. O Museu está dividido por 4 edifícios (tantos quanto os reactores) que por sua vez estão divididos por salas (Sala glasnost - O Fim da História, A Morte das Ideologias; O Zoo - onde estarão expostas as espécies animais e humanas em vias de extinção; A Sala dos Ricos - onde os visitantes poderão ver verdadeiros milionários dando assim a conhecer a vida dos ultra-ricos; A Sala das Armas - em que o patrocinador é a National Rifle Association; isto só para nomear algumas delas) excepto o Edifício 4 que é composto pelo próprio Sarcófago (a estrutura de cimento que foi criada para tentar conter a radiação). No meio disto tudo estão pérolas como "sugestão do comité de prefiguração: recrutar prioritariamente como recepcionistas jovens submetidos com sucesso a operações à tiróide" ou "não há nenhuma boa explicação para a ausência de um cientista estrangeiro entre nós" (citação). Para terminar "os guias encarregues de acompanhar os pequenos grupos até às entranhas do sarcófago serão constituídos por stalkers. Recrutados junto dos antigos liquidadores de Tchernobyl". Por 5 euros nos alfarrabista não há que enganar!!!

17 de fevereiro de 2011

Farewell To Arms

Neste Farewell to Arms, Hemingway escreve a história (mais ou menos autobiográfica) de um jovem Americano - Henry - que se torna condutor voluntário de ambulâncias em Itália, durante a I Guerra Mundial.
Neste cenário, Henry consegue apaixonar-se, ser ferido, recuperar num hospital em Milão, voltar à frente e desertar com a sua nova namorada para a Suíça e no fim... tudo corre mal...
O livro é muito bem escrito, lê-se a um ritmo estonteante mas, apesar de tudo, não gostei. Talvez porque a narrativa é escrita seguindo a linha de pensamento de Henry e com isso, ora se queda em contemplações descritivas (mas nada ao género das vitorianas tipo Jungle Book ou Frankenstein), ora salta em catadupa, de palavra em palavra (do género: ... and ... and ... and ... and ... and ...), conforme o estado de espírito do narrador.
Outra coisa que me irritou profundamente foi que, quando a felicidade parece ao alcance das personagens, as coisas dão para o torto amargamente.
Eu sei que a vida tem muitas coisas más e não é para brincadeiras mas Hemingway tem tanto trabalho a fazer com que o leitor goste das personagens e no fim acaba com elas.
Enfim, com este livro não estranho nada o suicídio de Hemingway.

16 de fevereiro de 2011

Copos, Balas & Gajas

Esta nova edição da série Sin City, editada pela Devir, junta várias pequenas histórias num só volume.
Desta vez, Frank Miller usa apontamentos de cor, ao estilo de Aquele Sacana Amarelo, no meio do grafismo preto e branco já habitual. Devo dizer que dos 6 livros já editados este é o que gosto menos. Não quero dizer com isto que é mau. Apenas não é tão bom como os outros... O Marv continua a minha personagem favorita: tanto na Mais Uma Noite de Sábado como na Noite Silenciosa o bruto faz de cavaleiro andante improvável, lutando pelos pobres e desprotegido, como só ele sabe fazer: a doer.
As histórias Fat Man e Little Boy, Ratos e A Menina do Papá, para mim, são as mais fraquinhas. Servem para dar mais "cor" ao universo de Basin City.
O resto é ao nível do que se espera do Frank Miller (ao todo são 11 histórias). Só um último apontamento: uma das histórias - O Cliente Tem Sempre Razão - é o início do filme... Gosto muito ;)

Valores Familiares

Neste Valores Familiares, Frank Miller mostra tudo aquilo que vale,  mantendo o grafismo de alto contraste a preto e branco, fiel as suas origens film noir. A história tem o ritmo pautado pela escalada de violência, que me levou a virar as páginas cada vez mais depressa... Desta feita as personagens principais são Dwight e Miho, que seguem numa senda assassina de vingança... Mas o que é engraçado é que o bruiser praticamente não faz mais que ir explicando a história enquanto a Miho corta tudo às postas... literalmente.
A delicada e oriental Miho, que se desloca em cima de uns patins como se flutuasse, aparece em cena para concretizar aquilo que Dwight vai calmamente prometendo aos infelizes que lhes vão passando pelas mãos...
Enfim, mais um capítulo da saga Sin City, ao nível de todos os outros e que eu recomendo a toda a gente.

15 de fevereiro de 2011

A Sangue Frio

No passado dia 1 acabei este A Sangue Frio de Truman Capote. Supostamente, é o primeiro livro do género Não Ficção e o primeiro de True Crime, mas há quem discorde... Confusões à parte, o que é certo é que este livro é uma obra prima. Aquilo que começa por ser uma crónica massuda de uma família do interior dos Estado Unidos e de dois bandidos de pé de chinelo acaba por se revelar uma profunda reflexão sobre a violência nos Estados Unidos e no ser humano em geral... Se no início não há qualquer dúvida de que o crime foi bárbaro e hediondo e que os assassinos deviam ser pendurados pelo pescoço (como foram), no fim a sensação que fica é que todos são vítimas: a família Clutter e os assassinos, Perry Smith e Richard Hickock.
Capote, após 8000 páginas de notas e quase 6 anos de investigação, consegue fazer com que toda narrativa "salte" cá para fora, desenrolando-se na imaginação do leitor como se este tivesse presenciado os acontecimentos. E no fim não consegui deixar de me sentir culpado pelos acontecimentos de Holcomb...
A tradução da D. Quixote está muito boa e consegue manter todo o ritmo que Capote imprimiu ao seu original. Um livro fantástico que recomendo a toda a gente!


12 de fevereiro de 2011

O Terceiro Reich


Hoje, pelas duas da manhã, acabei O Terceiro Reich.
O livro, de Roberto Bolaño (escritor  e poeta Chileno radicado em Barcelona), com edição póstuma (ao que parece, 2 manuscritos apareceram nos seus papeis, depois da sua morte em 2003), conta a história de um jovem, Udo Berger, campeão alemão de um jogo de estratégia de tabuleiro, chamado Terceiro Reich, que parte para o sul de Espanha, perto de Barcelona, para passar as suas primeiras férias a sós com a namorada, Ingeborg.
As coisas começam a desenrolar-se de uma forma banal (diria até aborrecida): hotel, praia e discoteca, versão alemã...
Mas há medida que a narrativa se desenrola, sob a forma de um diário de férias, e novas personagens vão sendo introduzidas (um casal de alemães com que Ingeborg se começa a relacionar para desespero de Udo, uma dona de hotel chamada Frau Else, um sul americano a quem chamam Queimado, entre outras), no meio dos pesadelos de Udo e do seu jogo, algo de muito estranho se desenrola e cresce como um monstro dentro de quem lê... Bolaño trocou-me as voltas vezes sem conta levando-me a pensar primeiro que o livro era fantástico, depois policial, mais tarde místico e no fim, ficou apenas a sessão muito forte de que o livro trata de algo muito importante que ficou ligeiramente fora da minha compreensão...
O resultado foi uma noite mal dormida com o meu cérebro a remoer, perdido nos sonhos mais estranhos... Sem dúvida algo que o próprio Bolaño iria gostar...
Para breve estará a leitura do 2666 (1100 páginas - muito pouco portátil) a sua obra prima e mais tarde irei reler este Terceiro Reich para o arrumar melhor na minha cabeça...
Aconselho-o a toda a gente e aviso que a partir das 30 páginas é impossível parar...

Primeira Posta

Caros Amigos,

decidi criar este Blog para partilhar convosco os meus livros. Vou tentar "postar" os que acabei de ler e outros que li há mais tempo. O mais certo é rele-los para os por aqui com impressões fresquinhas. :)

Aqui vou escrever as minhas reflexões sobre o texto, para quando for mais velho e estiver gaga poder dizer a mim mesmo que já li este ou aquele livro... Por favor comentem os posts, digam de vossa justiça!

Ficarei muito feliz se lerem um livro por causa daquilo que escrevi.

PS - Os vossos comentários serão revistos por mim, antes de aparecerem, por causa dos spamers e dos ordinarões. Tirando isso, não há censura!!!