16 de dezembro de 2012

One Flew Over the Cuckoo's Nest

É sempre difícil ler um livro que deu origem a um filme da minha preferência. Voando Sobre um Ninho de Cucos é um dos melhores filmes para se sentir o pulso dos anos sessenta (a par com o Easy Rider ou o Woodstock) e quais as mudanças que eram necessárias operar nas mentalidades. Sempre adorei o filme e a interpretação de Jack Nicholson, mas tenho que admitir que o livro é muito superior.
Chief Bromden, o índio, supostamente, surdo mudo, narra a história pelo meio das suas alucinações (Bromden é, definitivamente, esquizofrénico), contando como McMurphy vai perturbando as maquinações da Combine (entidade que, na cabeça Bromden, controla toda a humanidade, através de máquinas e seres já alterados, como a enfermeira Ratched) através do seu confronto com a rotina do hospital. McMurphy acredita que o seu tempo encarcerado será mais fácil num hospital psiquiátrico do que num campo de trabalhos forçados mas rapidamente começa a mudar de ideias, principalmente quando descobre que pode ficar internado indefinidamente. Aos poucos o seu espírito livre e indomável entra em rota de colisão com a enfermeira Ratched, que no fundo representa o sistema em que estamos inseridos, e, aos poucos, vai desafiando-a e opondo-se, como pode, ao esquema de humilhação e domínio que o hospital, e em particular Ratched, impõe aos pacientes.
No fim, McMurphy tanto perde como ganha o confronto, numa das mais belas histórias sobre o que é que nos faz realmente livres.