15 de abril de 2011

14 de abril de 2011

O Dragão Branco (1 e 2)

O Dragão Branco (novamente em dois volumes na coleção Argonauta e em um volume na coleção da Gailivros) é o fim da trilogia Dragonriders of Pern. Conta a história do jovem Senhor Jaxom, órfão de Pai e de Mãe, herdeiro do Baluarte de Ruatha, por Lessa, agora Mulher-de-Ninho de Benden, ter abdicado em seu favor, e cavaleiro de Dragão de Ruth, um pequeno Dragão Branco, que Jaxom salvou de morte certa, quando o seu ovo estava prestes a ser abandonado por todas as outras pessoas por ser mais pequeno. e não ter aberto de imediato. Esta Impressão causou grandes problemas aos Chefes de Benden porque Lessa apenas abdicou Ruatha para o jovem Jaxom e os outros Senhores de Baluarte insistem que Ruth seja criado no Ninho. Inicialmente todos sentem que o pequeno Dragão não irá viver muito tempo (todos expecto os seus pais: Ramoth e Mnementh) por isso deixam Jaxom tome conta de Ruth no seu Baluarte. Isto cria ainda mais problemas porque Lytol, Guardião de Ruatha e tutor de Jaxom, a pessoa que o jovem mais quer agradar, é um ex Cavaleiro de Dragão, que perdeu o seu animal num acidente e sofre imenso com isso. Ruth cresce e mostra-se saudável, apesar de diferente, e revela-se o Dragão mais inteligente de todos, atingindo uma cumplicidade com Jaxom única e tornando-se um Dragão muito apreciado entre os seus pares e entre todos os Cavaleiros de Pern. Anne McCaffrey continua aqui neste livro a mostrar toda a sua qualidade na escrita, desenvolvendo mais um pouco o complexo e maravilhoso mundo de Pern.

12 de abril de 2011

O Planeta dos Dragões (1, 2 e 3)

O Planeta dos Dragões, nesta edição da Argonauta, é composto por três volumes que contêm duas obras:  Dragonflight e Drangonquest (que foram alvo de nova edição em português pela editora Gailivro, na coleção Mil e Um Mundos, O Voo do DragãoA Demanda do Dragão). Anne McCaffrey, autora americana, tem como principal obra esta série, Dragonriders of Pern, composta por mais de 20 livros, que já foi premiada com os mais prestigiados prémios de Ficção Científica. Pern é um planeta descoberto e colonizado pelos humanos, muitos milénios antes da ação dos livros, apesar de no presente tempo ter regredido para uma Idade Média feudal, em que Dragões foram criados a partir de uma espécie de lagartos voadores.
A razão desses Dragões terem sido criados prende-se com o facto de um pequeno planeta, com uma orbita errante, a Estrela Vermelha, quando a conjugação de vários planetas o permite, liberta uns esporos (os "Fios") que atravessam o vazio em direção a Pern, destruindo toda a matéria orgânica em que tocam, durante vários "Turnos", a que corresponde a uma "Passagem". Assim, as criaturas aladas, que "comem" "pedra-de-fogo" e lançam chamas em pleno ar, fazem parte da proteção que os "Antigos" criaram para proteger Pern dos Fios. Outra característica que os Dragões possuem é poderem deslocar-se, instantaneamente, "entre" locais e "entre" tempos, bastando para isso o seu cavaleiro visualizar o local para onde deseja deslocar-se. Entre Dragões e Cavaleiros existe uma ligação empática muito forte, sendo que o Dragãozinho quando nasce, é "Impressionado" pelo seu futuro cavaleiro, "Impressão" essa que é para toda a vida. Pern criou uma estrutura social peculiar, em que os "Baluartes" (os feudos) dão um dízimo aos "Ninhos", porque os Cavaleiros têm que cuidar dos seus Dragões e viver em locais inóspitos.
Esta série de livros começa com os "Ninhos" em decadência (só um está ativo, Benden, após o desaparecimento misterioso de cinco, e com uns escassos duzentos Dragões em vez dos mil possíveis), após um "Intervalo" anormalmente longo ("Intervalo" é o espaço de tempo entre uma "Passagem" e outra) e por isso os "Baluartes" desprezam o "Ninho" por acharem que este é inútil e os "Fios" não voltaram a cair.
Jora (a última rainha dos dragões viva) está perto da morte e na sua última postura tem um ovo de rainha na ninhada. F'lar, cavaleiro do Bronze Mnementh (Bronzes são os machos mais fortes, havendo também Castanhos e Azuis. As rainhas são Douradas e as fêmeas Verdes são inférteis), procura em Ruatha (o segundo "Baluarte" mais antigo e com mais tradições em fortes Mulheres-de-Ninho) uma jovem com o espírito suficientemente determinado para levar a bom porto a recuperação do prestígio dos "Ninhos" perante as gentes de Pern. Lessa encontra-se em Ruatha, sendo a última sobrevivente do sangue, após um ataque que eliminou toda a sua linhagem, dez "Turnos" antes, maquinando para a destruição de Fax (o senhor brutal que conquistou a seu "Baluarte"). Quando os cavaleiros de Dragão chegam, Lessa vê uma oportunidade de ver o seu direito reivindicado mas nem tudo corre como esperava... Apesar de F'lar matar Fax em duelo, este convence Lessa a abdicar do seu direito para o recém nascido Jaxom, e a seguir com ele para tentar impressionar a Rainha que está para nascer... Lessa torna-se Mulher-de-Ninho e cavaleira de Ramoth com F'lar como seu par e Chefe-de-Ninho... Tudo mais se desenrola de uma forma que prende o leitor ao livro, devorando páginas atrás de páginas...
Quem me dera ter um Dragão!!!

8 de abril de 2011

O Bailado das Estrelas

Spider e Jeanne Robinson, escritor e bailarina e coreógrafa, respetivamente, escreveram este belíssimo Stardance (primeiro volume de uma série de três, algo que só descobri a investigar para escrever esta "posta" - já comprei Stardance Trilogy), em que uma jovem, Sharra Drummond, perseguindo o seu sonho de ser uma grande bailarina, se vira para o espaço como palco para os seus bailados, por forma a suprir as suas limitações na Terra (leia-se: era alta e boa como o milho coisa que para uma bailarina é péssimo). Sharra vende o seu corpo a Carrington, dono do complexo orbital Skyfac (uma estação espacial privada) e multimilionário, em troca de um "palco" no firmamento. Consigo leva Charles Armstead, ex promessa do bailado e agora o melhor realizador e operador de câmara da arte, tornado cínico depois de ter levado um tiro na anca e perdido uma carreira que se avistava grande. Com o período de tempo no espaço limitado por o seu corpo estar-se a habituar à total ausência de gravidade, o que tornaria impossível o seu regresso à Terra, Sharra consegue treinar e executar dois bailados mas quando vai fazer o terceiro, que a lançaria definitivamente como uma Bailarina das Estrelas, Carrigton, com o aval do médico do complexo, quer trazer Sharra para a terra porque Sharra vale mais viva do que morta à Skyfac. Mas algo acontece que impede Sharra de voltar à Terra. Um grupo de extraterrestres aparece com más intenções e Sharra explica-lhes, dançando, o que é ser humano  e expulsa-os do Sistema Solar. Condenada, Sharra perde-se como um meteoro na atmosfera.
Ao contrário do que possa parecer isto é só prelúdio. A personagem principal é Charlie Armstead (também o narrador da história) que se junta a Norrey Drummond e a mais uns tantos para formar a companhia de bailados das estrelas e mais não conto para não estragar a surpresa. Enfim, um grande livro de FC, com descrições lindíssimas do espaço (especialmente Saturno) e que eu adoro reler.

3 de abril de 2011

Um Estranho Numa Terra Estranha

Robert A. Heinlen foi, durante largos anos, em conjunto com Isaac Asimov e Arthur C. Clarke, considerado um dos Big Three da ficção científica. Heinlen contribuiu de forma inequívoca para mostrar ao grande público a FC. Escrito em 1961, tornou-se no primeiro best seller de Ficção Científica e um clássico de culto da contra cultura do anos 60, devido à sua temática de libertação sexual, à sua posição em relação à igreja e a todo o sabor anti establishment da nossa sociedade que só pensa no consumo e tenta aniquilar o indivíduo. Magistralmente bem escrito, elevando a fasquia da qualidade na FC, Um Estranho Numa Terra Estranha, conta a história de Valentine Michael Smith, um jovem humano mas com educação Marciana, que se vê confrontado com a nossa sociedade e todos os seus males. Por um acaso (ou não) acaba no reduto de Jubal Harshaw, autor, advogado, médico, filósofo, parasita, entre outras coisas, que o adota como filho e o ensina a ser humano. Jubal, por muitos considerado a personagem principal do livro, e também a voz de Heinlein no livro, é dono de uma compreensão da raça humana, não desprovida de algum cinismo, que leva a que Michael considere que o Pai Jubal, seja o mais Marciano dos homens. Um exemplo  de uma pérola de Jubal, que começa com uma conversa acerca de Rodin: "(...) uma pessoa tem de aprender a olhar para a arte. Mas cabe ao artista usar linguagem que possa ser entendida. Muitos destes brincalhões não querem usar uma linguagem que tu e eu possamos aprender; preferem escarnecer porque nós não «conseguimos» ver aquilo que eles querem dizer. Que não é nada. A obscuridade é o refúgio da incompetência (...)". Demais!!!
Michael, após muito tempo e muitas experiências, groca a raça humana, tornando-se num Messias, ensinado a língua Marciana, língua muito mais espiritual que as humanas, professando Tu ês Deus, e seguindo o caminho de todos os Messias: o martírio. Assim, como Jesus Cristo, consegue a força suficiente para as sementes da sua doutrina vingarem entre os homens e dar a Terra de presente para uma nova raça de semideuses.