27 de maio de 2011

Daenerys a Mãe dos Dragões

Este Daenerys a Mãe dos Dragões apresenta aos jovens (ou quem o quiser ler) o maravilhoso universo da série As Crónicas de Gelo e Fogo, de George R. R. Martin, através da história da última descendente da casa Targaryen, senhores dos sete reinos, depostos por Robert Baratheon, o Usurpador, que matou seu pai e seu irmão mais velho e a forçou ao exílio do outro lado do mundo com o irmão Viserys, à procura de um exército para reconquistar o trono. Viserys vende a irmã a Khal Drogo, chefe do maior Khalazar (líder de uma horda que fica a meio caminho entre os Índios da América do Norte e os Mongóis da China) por 10.000 cavaleiros Dothraki. As coisas não correm bem como Viserys espera, e Daenerys torna-se a verdadeira descendente dos dragões. Este pequeno livro é composto pelos capítulos dedicados a Deanerys nos dois primeiros  volumes das Crónicas de Gelo e Fogo, não trazendo nada de novo a quem já leu esses volumes, mas é interessante ver como a história se desenrola toda de seguida. Para quem estiver interessado mas não quiser comprar o pequeno volume pode sempre fazer o download da versão integral deste eBook aqui.

The Earthsea Quartet 3 de 4 - The Farthest Shore

Algo de grave acontece em Earthsea, quando nos confins do mundo aparecem rumores de que a magia nunca existiu, as canções começam a desaparecer e os homens sacrificam as suas crianças em altares... Arren, um jovem príncipe das ilhas Enlad, chega a Roke, com notícias perturbadoras de que também na sua ilha, terra de Morred, as palavras da verdadeira fala estão se a perder. Num ato irrefletido de lealdade, Arren joga-se aos pés do Arquimago, jurando servi-lo enquanto for preciso. Ged e Arren (Lebannen de seu nome verdadeiro; e que quer dizer Rowan Tree na fala orginal - sorveira brava) seguem no Lookfar (barco já mítico de Ged) até aos confins do sul, onde as regras mudam e onde surgiram as primeiras notícias de mudança. Arren começa a conhecer o mundo e a si próprio, enveredando também numa viagem de auto-conhecimento, que começa com uma criança e acaba com um homem... Após várias peripécias, como se de um romance policial se tratasse, seguem de pista em pista até que Lookfar segue o dragão Orm, até Selidor, a ilha mais longe, na qual se encontra Cob, a nemesis de Ged, quem sabe mais poderoso que este, e que na sua ânsia de poder destrói o equilíbrio do mundo, abrindo uma ferida neste (um pouco como Ged o fez no primeiro livro). Com a ajuda preciosa do dragão, Ged e Arren seguem Cob para a terra seca, onde as estrelas nunca se põem, e sacrificando toda a sua arte e quase a vida, Ged fecha o buraco do mundo e torna-o inteiro novamente. Arren arrasta-se e a Ged pelas montanhas da Dor e consegue voltar novamente para o mundo dos vivos pelo caminho mais comprido e difícil.
The Farthest Shore (A Praia Mais Longínqua na Presença e O Outro Lado do Mundo na Argonauta) é a conclusão perfeita da mais bela trilogia de fantasia que eu já li, na qual só com grandes sacrifícios as coisas importantes são realmente feitas.

17 de maio de 2011

The Earthsea Quartet 2 de 4 - The Tombs of Atuan

The Tombs of Atuan (Os Túmulos de Atuan ou Os Túmulos de Atuan mas eu apontava para a tradução da Livros do Brasil pelo Eurico da Fonseca) conta a história da procura do Anel de Erreth-Akbe, perdido há muitos séculos, e que leva Ged até às terras Kargad, mais precisamente à ilha de Atuan. Aí, perdido no meio do deserto, existe um templo erguido em nome de um dos antigos poderes da terra, com uma sacerdotisa, Arha, a Devorada, The One Priestess, para sempre renascida. No dia e na hora em que morre a Arha-que-foi, partem dos Túmulos pessoas em busca da Arha-que-é, procurando todas as meninas que nasceram nessa altura, ao estilo do Dalai Lama. Assim, uma menina de 5 anos, chamada Tenar, é arrancada dos braços da mãe e levada para os Túmulos para cumprir o seu destino eterno e se tornar Arha. Os dias no templo vão-se passando e Arha não encaixa bem na rotina é norma. Um dia, um ladrão tenta roubar os Túmulos - Ged. Arha engana o mago e este entra num labirinto do qual não pode sair. A sacerdotisa, para satisfazer a sua curiosidade, interroga o prisioneiro acerca das suas motivações e das artes mágicas, que não existem nas terras Kargad, acabando por descobrir que a prisioneira era ela. Ged mostra-lhe aquilo que ela pode ser e esta escolhe ser Tenar fugindo com Ged dos Túmulos, levando consigo o Anel de Erreth-Akbe. Mais uma vez a beleza e a simplicidade da escrita de Le Guin impressionam, levando o leitor a devorar as páginas deste livro, que se debruça sobre o auto conhecimento, sobre o destino que podemos dar às nossas vidas e sobre as escolhas que fazemos e como elas nos afetam. E para terminar: "(...) Freedom  is a heavy load, a great and strange burden for the spirit to undertake. (...) It is not a gift given, but a choice made, and the choice may be a hard one. The road goes upward towards the light; but the laden traveller may never reach the end of it. (...)" ("A liberdade é um fardo pesado, um grande e estranho fardo para o espírito absorver. (...) Não é um prémio dado, mas uma escolha feita, e essa escolha pode ser bem dura. A estrada sobe até à luz; mas o viajante carregado pode nunca chegar até ao fim."

5 de maio de 2011

The Earthsea Quartet 1 de 4 - A Wizard of Earthsea

The Earthsea Quartet é composto por quatro livros que contam as aventuras e desventuras de Ged, o Gavião (Sparrowhawk no original). O primeiro, A Wizard of Earthsea (O Feiticeiro de Terramar ou O Feiticeiro e a Sombra em Português) principia em Gont, uma ilha famosa pelos seus cabreiros, marinheiros e mágicos, numa aldeia remota das montanhas onde o jovem Ged dá mostras, pela primeira vez, do seu poder imenso. Ogion, o silencioso, toma o rapaz como pupilo e tenta-lhe ensinar aquilo que lhe falta. Não o poder, que isso ele tem demais, mas paciência. Ged não se contenta e Ogion envia-o ao Arquimago em Roke, a ilha dos sábios, para que ele aprenda as mais altas artes mágicas, recomendando-o como "(...) one who willbe greatest of the wizards of Gont (...)". Ged torna-se o mais rápido aprendiz de Roke até que, por orgulho e despeito, abre uma fenda no tecido do mundo, libertando uma Sombra que o deforma e tenta destruir. Quando Ged finalmente se torna um Mágico (processo muito moroso porque a Sombra destrói toda a sua confiança) este parte primeiro como presa e depois como caçador numa demanda de auto conhecimento, que o leva a enfrentar dragões e os antigos poderes da terra, até aos confins do mundo conhecido, numa tentativa de descobrir o nome verdadeiro da Sombra, chegando à conclusão de que a Sombra é uma parte dele mesmo e que só pode ter um nome: Ged!
Le Guin é uma fantástica contadora de histórias e tem nestes livros a mais bela descrição de magia que eu já li: o poder vem de saber os verdadeiros nomes das coisas, nomeados por Segoy (Deus) no início dos tempos e que a realidade é uma grande palavra para sempre proferida até ao fim dos tempos ("For magic consists in this, the true naming of a thing"). Quando o encantamento é feito ele é "tecido" com palavras e movimentos ("(...) he wove on the wind's loom a sail of spells, a square sail white as the snows on Gont Peak above. At this the women watching sighed with envy. (...)" - "(...) ele teceu no tear do vento uma vela de encantamentos, uma vela quadrada branca como as neves do Gont Peak. As mulheres que observavam suspiraram de inveja (...)"). Lindo!!!