
Robert A. Heinlen foi, durante largos anos, em conjunto com Isaac Asimov e Arthur C. Clarke, considerado um dos Big Three da ficção científica. Heinlen contribuiu de forma inequívoca para mostrar ao grande público a FC. Escrito em 1961, tornou-se no primeiro best seller de Ficção Científica e um clássico de culto da contra cultura do anos 60, devido à sua temática de libertação sexual, à sua posição em relação à igreja e a todo o sabor anti establishment da nossa sociedade que só pensa no consumo e tenta aniquilar o indivíduo. Magistralmente bem escrito, elevando a fasquia da qualidade na FC, Um Estranho Numa Terra Estranha, conta a história de Valentine Michael Smith, um jovem humano mas com educação Marciana, que se vê confrontado com a nossa sociedade e todos os seus males. Por um acaso (ou não) acaba no reduto de Jubal Harshaw, autor, advogado, médico, filósofo, parasita, entre outras coisas, que o adota como filho e o ensina a ser humano. Jubal, por muitos considerado a personagem principal do livro, e também a voz de Heinlein no livro, é dono de uma compreensão da raça humana, não desprovida de algum cinismo, que leva a que Michael considere que o Pai Jubal, seja o mais Marciano dos homens. Um exemplo de uma pérola de Jubal, que começa com uma conversa acerca de Rodin: "(...) uma pessoa tem de aprender a olhar para a arte. Mas cabe ao artista usar linguagem que possa ser entendida. Muitos destes brincalhões não querem usar uma linguagem que tu e eu possamos aprender; preferem escarnecer porque nós não «conseguimos» ver aquilo que eles querem dizer. Que não é nada. A obscuridade é o refúgio da incompetência (...)". Demais!!!
Michael, após muito tempo e muitas experiências, groca a raça humana, tornando-se num Messias, ensinado a língua Marciana, língua muito mais espiritual que as humanas, professando Tu ês Deus, e seguindo o caminho de todos os Messias: o martírio. Assim, como Jesus Cristo, consegue a força suficiente para as sementes da sua doutrina vingarem entre os homens e dar a Terra de presente para uma nova raça de semideuses.
Michael, após muito tempo e muitas experiências, groca a raça humana, tornando-se num Messias, ensinado a língua Marciana, língua muito mais espiritual que as humanas, professando Tu ês Deus, e seguindo o caminho de todos os Messias: o martírio. Assim, como Jesus Cristo, consegue a força suficiente para as sementes da sua doutrina vingarem entre os homens e dar a Terra de presente para uma nova raça de semideuses.
Quando li "Um Estranho numa Terra Estranha", já lá iam os anos sessenta há mais de dez, também eu fiquei maravilhada com esta utopia (só acho um nadinha machista o facto de os personagens masculinos principais terem - ou poderem ter - várias mulheres, e nenhuma mulher protagonista te vários homens). Alguns aspectos fizeram-me lembrar o "Admirável Mundo Novo" de Aldous Huxley, mas num registo menos pessimista, apesar de terminar com o sacrifício crístico de Michael.
ResponderEliminarPaula
É verdade Paula que o livro é um pouco machista mas é tão bom que se lhe perdoa!!! Tenho que voltar a ler o "Admirável Mundo Novo"... Já lá vão tantos anos...
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