23 de novembro de 2012

The Electric Kool-Aid Acid Test

Tom Wolfe decidiu sair de Nova York e ir até São Francisco para saber exatamente o que andavam a preparar os Merry Pranksters, uma comuna artística psicadélica, cujo o guru era Ken Kesey.
Ken ganhou uma bolsa para um curso de pós graduação em escrita criativa, foi um desportista quase olímpico (uma lesão no ombro impediu-o de ir aos Jogos) e decidiu fazer parte do projeto da C.I.A., MKUltra, em que os voluntários eram expostos às mais mais variadas drogas psicadélicas (L.S.D., D.M.T., etc) por forma a estudar os efeitos das mesmas no ser humano. Apesar da C.I.A. ter como objetivo fazer o Super Soldado (seguindo a ideia alemã), os resultados foram fracos nesse campo, mas serviram bem a C.I.A. na elaboração do seu manual de interrogatório/tortura. Já a Ken, as drogas psicadélicas, serviram para abrir o espírito de tal maneira que este decide arranjar um part time no turno noturno de uma instituição psiquiátrica para observar os pacientes e ter acesso à reserva de L.S.D. do hospital. Desta "visita de estudo" surge a obra prima, Voando Sobre um Ninho de Cucos, (irei falar dele proximamente), que catapulta o jovem Kesey para o estrelato. Kesey compra então uma quinta em La Honda, perto de São Francisco, onde se começam a juntar os seus amigos e mais alguns desconhecidos, formando uma comuna ad hoc em que as pessoas eram encorajadas a expandir a sua mente, especialmente com o uso de L.S.D. O livro também descreve as duas viagens de autocarro (o Further) a Nova York e ao México com Neal Cassady, herói da Beat Generation, ao volante.
Tom Wolfe é um grande artista porque consegue com a sua escrita toda a loucura e desconexão de uma trip de ácido, mas ao mesmo tempo manter o leitor na história através de um fio condutor que deve tudo ao jornalismo, como uma crónica dos eventos de um manicómio. A escrita de Tom Wolfe faz-me lembrar o Gonzo Journalism de um contemporâneo seu, Hunter S. Thompson. Um grande livro em que mostra a ascensão e queda do movimento hippie, vista por dentro.

8 de novembro de 2012

Kindle

Este post é um bocadinho diferente dos outros. Adquiri um Kindle da Amazon e, apesar de achar que nada substitui o cheiro da cola de um livro novo, estou rendido! Que aparelho fantástico! Do tamanho de um livro de bolso (dos ingleses) e mais leve que a grande maioria (apenas cento e setenta gramas!!!) é muito fácil usar o Kindle em uma só mão. Com os botões de mudança de página convenientemente localizados para serem acedidos com os polegares (tanto para destros como para canhotos) até em andamento é fácil de usar.
Mas o mais importante é o écran E-Ink Pearl. Nunca vi nada tão parecido com o papel. Apesar de achar que não aguento oito horas a ler o Kindle como aguento a ler um livro, o cansaço é mínimo e a fonte totalmente escalável o que permite pessoas com dificuldades de leitura encontrar o tamanho de letra adequado.
Por último, qualquer título que esteja em PDF pode ser lido no Kindle. Basta enviar um E-mail para um endereço específico, oferecido pela Amazon, com o PDF como anexo. Quando o PDF estiver convertido para o formato Kindle, este é enviado automaticamente para o nosso aparelho, se este estiver ao pé de um spot Wi-Fi. O Kindle também permite trocar de livros entre os que estão no aparelho e os que estão no espaço na Nuvem oferecido pela Amazon sem qualquer problema, aumentando efetivamente o número máximo de livros que se podem transportar (que só no Kindle são cerca de 1400).
Resumindo: uma ótima prenda de natal para uma pessoa que gosta de ler em qualquer lado, como eu.