8 de junho de 2012

Inferno, Ida e Volta

Frank Miller volta à carga com o sétimo volume da série Sin City, "Inferno, Ida e Volta", e tenho a dizer que já estou um pouco farto. Não do grafismo, que o traço de Miller está cada vez melhor e a dinâmica do livro é perfeita: o leitor abranda ou acelera a leitura ao gosto do autor. O que me aborrece é a história policial noir de cordel, em que Wallace, o herói (neste caso um artista pintor mas também ex-militar), evita que uma jovem linda cometa suicídio. A jovem tem problemas com uns senhores muito maus e o herói limpa o cebo a todos, fugindo no fim com a "princesa". O que é apenas uma repetição do "A Cidade do Pecado" mas sem o twist de a personagem principal morrer, o que é muito mais divertido. E, sinceramente, prefiro o método do Marv para obter aquilo que quer.
Um apontamento curioso são as 26 páginas a cores, onde é descrito a luta de Wallace com uma droga alucinogénica, injectada pelos maus da fita, para se manter na investigação que o há-de levar à boazona de serviço.
Tenho pena que o argumento seja tão gasto (até dentro da própria série) porque o grafismo é superlativo.

2 de junho de 2012

Autoimóvel

Quando me perguntaram se eu conhecia os Zits eu disse algo como "quem?", mas depois de ver a capa reconheci-os imediatamente, uma vez que já perdi largos minutos em livrarias a folhear os diversos livros da coleção. Por recomendação e por empréstimo, li este Autoimóvel e gostei bastante.
A maior força e a maior fraqueza deste livro reside no facto de as piadas serem muito dependentes da época em que vivemos.
Força, porque aponta, de forma acutilante, muitos dos problemas que as famílias de agora sofrem com os filhos adolescentes. Os pais Ducan, apesar de tentarem e até terem boas intenções, cometem erros típicos desta geração de pais de agora. A título de exemplo:
Fraqueza, porque, como muitas das tiras da Mafalda, assim que o contexto histórico desaparecer, a maioria das pranchas perde a sua força. Neste aspecto, o Calvin & Hobbes é muito mais intemporal.
No todo é um livro muito divertido e cómico mas que com o passar dos anos irá perder a sua força.