29 de março de 2012

Supercarros

Este fim de semana que passou prestei um pouco mais de atenção a este livro que parava lá por casa. Devo dizer que achei engraçado mas pouco mais. A informação que é oferecida é de boa qualidade, com uma dupla página com fotos e textos sobre a história de um determinado veículo e depois outra página dupla com cinco perspectivas, conforme a imagem em baixo, mais alguns pontos fortes do veículo e uma ficha técnica com aqueles números que só os fanáticos dos carros sabem o que significa. Até aqui tudo bem. O problema é que o livro, para além de estar desatualizado (nota-se a falta de alguns carros mais modernos), tem demasiados carros americanos. Se é verdade que em quantidade os americanos batem-se bem, também é verdade que em performance e design os europeus (e até os japoneses) estão milhares de anos à frente... basta por lado a lado, por exemplo, o Ferrari Enzo com o Dodge Vipper. Há comparação? Enfim um livro para oferecer a um iniciado automóvel.
O meu belo Miura

22 de março de 2012

As Aventuras de Huckleberry Finn

"As Aventuras de Huckleberry Finn" é a sequela de "As Aventuras de Tom Sawyer". Twain muda de estilo, narrando a história na primeira pessoa através da voz de Huck. Após o final do livro anterior, a Viúva Douglas decide tomar conta de Huck e "civilizá-lo". Passado pouco tempo, Huck começa a sentir desconforto no aperto das roupas finas e o constrangimento das regras da sociedade. Quando escapa da Viúva, cai nas garras do Pai, o bêbado da aldeia. Após variadíssimos abusos, Huck decide fugir novamente mas de vez. Nas peripécias da fuga acaba por escapar com o Negro Jim. Como escravo em fuga, Jim fica com a cabeça a prémio (300 dólares - uma pequena fortuna, à época).
A acção desenrola-se pelo Mississippi abaixo, por mais de onze mil milhas, permitindo a Twain mostrar as vidas e os costumes do Sul esclavagista moderado (nenhum negro é chicoteado nesta história e, como sempre, as coisas correm bem da maneira mais mirabolante possível). No fim Huck torna-se amigo de Jim, contra tudo aquilo que aprendeu na sua educação.
Apesar do livro ser divertido e de fácil leitura, tenho alguns reparos a fazer:

Primeiro, o fim é um pouco atabalhoado. Merecia talvez mais um capítulo ou dois. Segundo, acho que esta tradução não é a melhor. No início o tradutor informa o leitor que grande parte do texto é escrito em vários dialectos e como tal algumas coisas se perderam na tradução e depois aparecem no texto pérolas como "intelequetual" ou "matrial". Fiquei sem perceber se eram apenas erros tipográficos ou tentativas péssimas de fazer uma transposição para a língua portuguesa do dialecto que a personagem está falar no momento.
Por último quero agradecer muito, muito, muito à Tatiana por realmente prestar atenção ao que as pessoas dizem. Estou muito contente por te ter conhecido.

1 de março de 2012

As Aventuras de Tom Sawyer

É muito difícil escolher um livro para mim, a minha mãe que o diga que já repetiu uns quantos. Quando a minha amiga Ana ofereceu-me este clássico, ela ficou quase tão contente como eu, por ter acertado num livro que eu ainda não tivesse lido.
Ao princípio achava que este Samuel Langhorne Clemens (Marc Twain para os amigos) ia ser uma seca, super descritivo, como os nossos românticos, os vitorianos ingleses ou o Jules Verne. Não podia estar mais enganado. Twain escreve simples e tem a mestria de, com muito poucas palavras, dizer tudo o que quer e invocar imagens muito bonitas da vida nas margens do Mississippi na mente do leitor.
Cada capítulo, apesar de inseridos numa história maior, pode ser lido separadamente e conseguirá fazer sorrir o mais mal humorado dos velhos dos Marretas.
Tom é o rapaz típico: adora a liberdade e odeia a escola. Isso aliado ao facto de viver junto das margens do Mississippi onde há imensas actividades interessantes como pescar, procurar um tesouro, dormir ao relento, explorar grutas, namorar ou tomar banho no rio tornam a vida da Tia Polly (a senhora que cuida de Tom e de seu meio irmão, Sid) muito mas muito difícil. As brincadeiras e tropelias de Tom fazem-me lembrar as que eu fazia em Monte Real quando era miúdo e se não fiz disparates iguais pelo menos fiz parecidos. Aliás quem as não fez? E quem não fez tenho pena, devem ter tido uma infância muito chata...