22 de março de 2011

Tigre! Tigre!


Este é daqueles livros que eu adoro. Houve uma altura da minha vida que o lia pelo menos uma vez por ano (e mais outros cinco ou seis que vou ler novamente para os blogar) desde que a minha mãe mo deu para me introduzir às maravilhas da Ficção Científica. Já o li mais de 15 vezes. Alfred Bester publicou este Tigre! Tigre! (o título é em honra do poema The Tyger de William Blake, mas também é conhecido como The Stars My Destination) em 1956. Discutivelmente, o primeiro romance cyberpunk da história da literatura, com todos os ingredientes que vieram a caracterizar o género, tais como corporações mais poderosas que os governos, em que os seus chefes são autênticos senhores feudais, um cenário de guerra eminente e global, humanos ciberneticamente melhorados e até uma bela e fogosa bandida (uma Trinity mas ruiva).
A acção passa-se no século XXIV, altura em que a humanidade descobre a forma de se teleportar (no livro Jauntar). Parece uma coisa boa mas o que é facto é que o sector dos transportes e das comunicações vão à vida e isso destrói o delicado equilíbrio económico em que a humanidade vive, colocando-a (outra vez) à beira de uma guerra, desta vez interplanetária. A sociedade regressou aos costumes vitorianos, aprisionando as mulheres, supostamente  para manter a sua castidade, devido a uma nova classe de bandidos que seguem a noite destruindo tudo à sua passagem (os chacais).
É no meio de todo este cenário que o nosso (anti) herói, Gulliver Foyle, o protótipo do homem comum, falho de qualquer ambição, se encontra, perdido algures no espaço, no meio de uns destroços, pronto a acordar para uma senda de vingança que o levará a tornar-se um novo Messias para a raça humana, mas sempre pelos caminhos mais dúbios e violentos.
Apesar de o ter lido e relido este Tigre! Tigre! continua a manter toda a força e beleza da sua mensagem.

4 comentários:

  1. Vem da época em que li este livro pela primeira vez o meu fascínio com o teletransporte, e a minha pena de, segundo todas as evidências, isso, a acontecer, já não ser no meu tempo. E o melhor de tudo é que não são precisas máquinas. Para "jauntar" basta a força do pensamento e uma correcta visualização do destino! Uau!Paula

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  2. Esqueci-me de dizer que o poema de William Blake é do livro "Cantigas da Inocência e da Experiência", publicado em português pela Antígona, com as ilustrações originais. Lindo!
    Paula

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  3. Acho que está na altura de reler este!

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