17 de março de 2011

O Nome da Rosa

Humberto Eco, filósofo e crítico literário, começou a sua carreira de romancista com este Nome da Rosa, em 1980. Naquilo que começa por ser uma história policial na idade média (circa 1325), em que Guilherme de Baskerville - nome criado em honra de Guilherme de Occam  (frade Franciscano que, entre muitas outras coisas, criou a Occam's Razor, um postulado cientifico que diz que havendo várias soluções para um mesmo problema ) e de Sherlock Holmes com os seus Cães de Baskerville - e Adso de Melk vão até a uma Abadia investigar um crime entre os frades que tomam contam d'"a maior biblioteca da cristandade", acaba numa excelente crítica às disputas da igreja da altura. Os crimes merecem a maior descrição devido a um encontro importantíssimo que irá ter lugar na abadia, entre a facção do papa de Avinhão, João XXII, e os Franciscanos, alinhados com o Imperador. Guilherme, um frade franciscano forte opositor do papa, ex inquisidor, com provas dadas na descoberta da verdade através da lógica, vai de pista em pista (e de cadáver em cadáver) até a resolução final do mistério levando o leitor, ora a desconfiar de um frade ora a desconfiar de outro, como em todos os bons policiais. Pelo meio fica um tratado sobre as disputas de poder, a terrível realidade da inquisição, os vários pecados mortais e sobre a própria existência de Deus. Um livro que recomendo toda a gente a ler (uma dica: esqueçam as partes em latim. Não são precisas para a história)

2 comentários:

  1. Há que recomendar, com igual interesse, o filme homónimo de Jean-Jacques Annaud. Sean Connery tem aí um dos seus papéis mais interessantes fora dos populares 007, não pelo bom espírito com que conduz a investigação policial, como pela atenção iniciática que mostra pelo seu "pupilo". (Paulo da Costa Domingos)

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  2. concordo com o comentário anterior. bem visto!

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