10 de fevereiro de 2012

Crimes Exemplares

Quando uma grande amiga me aconselhou a ler este pequeno livro, fiquei imensamente desiludido de ter que lhe dizer que já o tinha em casa. Prometi-lhe que ia reler e em boa hora o fiz porque esta obra é pura e simplesmente genial. Max Aub, filho de um Alemão e de uma Judia Francesa, teve uma vida atribulada em Espanha, durante a guerra civil, e em França, durante a segunda grande guerra, o que o fez radicar-se com a sua família no México, onde conheceu Luis Buñuel, entre outros. Ao longo do seu percurso de vida foi recolhendo relatos de homicídios perpetrados em grande maioria por gente "normal". Donas de casa, barbeiros, utentes de transportes públicos, pacientes, médicos, todos caminham à beira do abismo, a um simples passo da desgraça. "Matei-o porque tinha mais força do que eu" e "Matei-o porque tinha mais força do que ele" revela uma espécie humana com grandes dificuldades na comunicação, sem conseguir gerir o stress de forma adequada. Assusta-me a crise porque é um factor de stress muito forte e as pessoas estão perto do limite ("Don't push me 'cause i'm close to the edge, i'm trying not to loose my head"). Como sempre, a Antígona a não desiludir com este livro. E para terminar, o meu favorito: "Matei-o porque não pensava como eu"!!!

2 comentários:

  1. É um livro fabuloso. O ser humano escalpelizado nas suas monstruosidades e absurdos. Abraço.

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  2. Ainda não li. Da próxima vez que for a tua casa, hás-de emprestar-mo.
    Paula

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